O cooperativismo é um dos pilares mais sólidos do agronegócio brasileiro, e como destaca o empresário e fundador Aldo Vendramin, em um cenário de custos altos, riscos climáticos e exigências de sustentabilidade, as cooperativas surgem como modelos de gestão compartilhada, eficiência produtiva e inteligência coletiva. Mais do que unir produtores, elas transformam a economia rural, levando tecnologia, crédito e conhecimento técnico ao campo.
As cooperativas são hoje a ponte entre o pequeno produtor e o mercado global, elas reúnem escala, estrutura e governança, permitindo que milhares de agricultores alcancem competitividade e sustentabilidade.
Venha neste artigo compreender mais das cooperativas e como elas podem gerar valor para sua produção ou investir em um mercado novo.

O que move o cooperativismo moderno
As cooperativas agropecuárias brasileiras evoluíram muito além do modelo tradicional de compra e venda coletiva. Hoje, elas funcionam como empresas de gestão integrada, oferecendo serviços de assistência técnica, crédito, armazenagem, comercialização, certificação ambiental e até educação profissionalizante.
Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Brasil conta com mais de 1.100 cooperativas do ramo agro, que reúnem cerca de 1,2 milhão de produtores e respondem por mais de 50% da produção nacional de grãos. Essas organizações movimentam uma economia robusta e solidária, baseada em princípios de autonomia, responsabilidade social e distribuição de resultados.
Como alude Aldo Vendramin, o avanço das cooperativas representa um marco na democratização da tecnologia rural. Um produtor sozinho pode se perder diante da complexidade do mercado. Juntos, com gestão e transparência, todos crescem.
A força técnica por trás das coops
O grande diferencial das cooperativas modernas está no suporte técnico, explica o senhor Aldo Vendramin. Muitas mantêm equipes multidisciplinares de engenheiros agrônomos, veterinários, técnicos em irrigação, consultores de nutrição e analistas de dados agrícolas.
Esses profissionais orientam os cooperados sobre melhores práticas de plantio, manejo de solo, uso racional de insumos, análise climática e aplicação de biofertilizantes. O resultado é visível: aumento de produtividade, redução de custos e mitigação de riscos ambientais.
Além disso, as cooperativas são fundamentais na implementação de programas de rastreabilidade e certificação de conformidade, como o Selo Verde, o Programa Nacional de Produção e Uso de Bioinsumos (PNPB) e o Renovabio. Essas ações fortalecem a imagem do produto nacional e abrem portas para mercados internacionais exigentes, especialmente Europa e Ásia.
Governança e transparência: o segredo da longevidade
O sucesso das cooperativas também está ligado à boa governança. Os modelos modernos adotam gestão profissionalizada, com conselhos administrativos, auditorias independentes e processos digitais de controle e votação. Isso garante transparência, eficiência e participação democrática, valores que diferenciam o cooperativismo de outras formas de organização econômica.
Algumas coops já utilizam plataformas de Business Intelligence (BI) para consolidar dados financeiros, prever demandas e analisar o desempenho por unidade produtiva, como menciona Aldo Vendramin. Essas ferramentas tecnológicas transformam as cooperativas em centros de decisão estratégica, capazes de reagir rapidamente às variações de mercado.
Sustentabilidade e inclusão: pilares do futuro
Outro aspecto em ascensão é a sustentabilidade social e ambiental. As cooperativas têm liderado projetos de energia solar rural, agricultura de baixo carbono e programas de educação ambiental nas comunidades.
Além disso, elas promovem inclusão produtiva de mulheres e jovens, abrindo espaço para novas lideranças e reduzindo o êxodo rural. Esse caráter inclusivo reforça a função social do cooperativismo e assegura a continuidade das propriedades familiares no campo. Aldo Vendramin pontua que esse modelo tem impacto direto na qualidade de vida: A coop não é só negócio. É uma rede que conecta pessoas, conhecimento e valores sustentáveis
Desafios e perspectivas
Mesmo com avanços expressivos, o cooperativismo enfrenta desafios. A necessidade de digitalização completa, o aumento da concorrência internacional e a burocracia tributária ainda são obstáculos para o crescimento pleno.
Por outro lado, há oportunidades inéditas:
- O Plano Safra 2025/26 prevê linhas de crédito específicas para cooperativas, com juros reduzidos e incentivos à armazenagem e agroindústria;
- O avanço das plataformas digitais de gestão cooperativa permite maior integração entre sedes e filiais;
- A agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) tornou-se vetor de reputação e acesso a novos investidores.
Esses fatores consolidam o papel das coops como protagonistas do agro sustentável, uma tendência que ganha força a cada safra.
A coop como futuro do agro brasileiro
O cooperativismo é, ao mesmo tempo, tradição e inovação. Tradição, porque nasce da união de produtores que compartilham valores e objetivos comuns. Inovação, porque se adapta continuamente às novas demandas tecnológicas e ambientais do setor.
A força das cooperativas está na colaboração técnica, na gestão profissional e no compromisso coletivo com o desenvolvimento rural. Como elucida o empresário Aldo Vendramin, o futuro do campo brasileiro é cooperado, e o sucesso de um produtor é, na verdade, o sucesso de todos.
Autor: Winsome Daeblar
